A
celebração decorreu, como habitualmente, no início da manhã, na residência de
Francisco, Casa Santa Marta, e o grupo era composto por seis pessoas da
Alemanha, Inglaterra e Irlanda. Após a missa, elas tiveram um encontro a portas
fechadas com o Papa.
O
Papa frisou, em sua homilia, que "o coração da Igreja olha para os olhos
de Jesus nas crianças abusadas e chora pelos seus filhos que traíram a sua missão
e abusaram de inocentes".
"Esta
é a minha angústia e dor pelo fato de alguns sacerdotes e bispos terem violado
a inocência dos menores e a sua própria vocação sacerdotal ao abusarem
sexualmente deles. É mais do que atos deploráveis. É como um culto sacrílego
porque esses meninos e meninas foram confiados ao carisma sacerdotal para serem
conduzidos a Deus, e eles os sacrificaram ao ídolo de sua concupiscência.
Profanam a imagem de Deus à qual fomos criados."
O
Santo Padre destacou que esses atos execráveis de abusos perpetrados contra
menores deixaram nas vítimas cicatrizes por toda a sua vida. "Eu sei que
essas feridas são uma fonte profunda e muitas vezes de implacável pena emotiva
e espiritual, e também de desespero. Alguns sofreram com a tragédia do suicídio
de uma pessoa querida. A morte desses amados filhos de Deus pesa no coração de
toda a Igreja", disse ainda o pontífice.
"A
presença de vocês aqui fala sobre o milagre da esperança que prevalece contra a
escuridão mais profunda. Sem dúvida, é um sinal da misericórdia de Deus que
hoje temos a oportunidade de nos encontrar, adorar a Deus, olharmos nos olhos e
buscar a graça da reconciliação. Diante de Deus e ao seu povo manifesto minha
dor pelos pecados e crimes graves de abusos sexuais perpetrados por membros do
clero contra vocês. Humildemente peço-lhes perdão."
O
Santo Padre pediu também perdão pelos pecados de omissão dos líderes da Igreja
que não responderam adequadamente as denúncias de abusos apresentadas pelos
familiares e por aqueles que foram vítimas de abuso. "Isso causou ainda
mais sofrimento aos que foram abusados e colocou em perigo outros menores que
se encontravam em situação de risco", frisou o Papa que acrescentou:
"Não
existe lugar no ministério da Igreja para aqueles que cometem esses abusos.
Comprometo-me a não tolerar o dano causado a um menor perpetrado por qualquer
pessoa, independentemente de seu estado clerical. Todo bispo deve exercer seu
serviço de pastor com diligência a fim de salvaguardar a proteção dos menores e
prestarão conta dessa responsabilidade."
Francisco
concluiu sua homilia, afirmando que "devemos fazer de tudo para que tais
pecados não mais se repitam na Igreja".
Na
viagem de volta da peregrinação à Terra Santa, no dia 26 de maio, o Papa havia
antecipado a sua intenção. Falando à imprensa, disse que “a Igreja Católica vai
manter uma política de ‘tolerância zero’ em relação a casos de abusos. “Neste
momento, há três bispos sob investigação e um já foi condenado, faltando apenas
avaliar a pena a ser aplicada. Não haverá privilégios”, declarou.
A
‘linha dura’ da Santa Sé em relação aos casos de pedofilia na Igreja registrou
um resultado importante nos últimos dias, com a redução ao estado laical do
arcebispo polonês Dom Jozef Wesolowski, ex-núncio em Santo Domingo, processado
canonicamente por abusos contra menores. Uma vez que sua expulsão do clero será
ratificada com a sentença definitiva, ele será também processado penalmente no
Vaticano. Medidas como esta demonstram que na era Bergoglio não há espaço para
a impunidade.
Fonte:
Vatican News
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