Com
o Concílio Vaticano “soou a hora dos leigos”: a expressão é de João Paulo II,
mas foi hoje recordada pelo Papa Francisco, ao receber os 80 participantes na
assembleia plenária do Conselho Pontifício para os Leigos, que decorreu nos
últimos dias em Roma.
O
Santo Padre congratulou-se com diversas iniciativas recentes deste Dicastério
da Cúria Romana, nomeadamente o Congresso Pan-africano de Setembro do ano
passado sobre a formação do laicado em África, e também o Seminário de Estudo
por ocasião dos 25 anos da Encíclica “Mulieris dignitatem”, de João Paulo II.
Não
faltou uma alusão e um agradecimento pela Jornada Mundial da Juventude do Rio
de Janeiro – “uma verdadeira festa da fé”, que (disse) “pôs em evidência a
dimensão missionária da vida cristã, a exigência de sair ao encontro dos que
esperam a água viva do Evangelho, ao encontro dos mais pobres e excluídos”.
Detendo-se
especificamente sobre o tema desta plenária – “Anunciar Cristo na era digital”,
o Santo Padre fez notar que se trata-se de um campo privilegiado para a ação
dos jovens e reconheceu que Internet, realidade complexa e em contínua evolução,
relança a “questão sempre atual da relação entre fé e cultura”.
Como
aconteceu nos primeiros séculos, no confronto com a cultura grega, quando os
autores cristãos, sem ceder a um compromisso com algumas ideias em contraste com
a fé, aceitaram o confronto, sabendo “reconhecer e assimilar os conceitos mais
elevados, transformando-os a partir de dentro à luz da Palavra de Deus”.
Conscientes
das oportunidades e dos perigos da “rede” digital, sabendo que aí se encontram
“moedas falsas, ilusões perigosas e armadilhas que há que evitar”, o Papa
encorajou um uso positivo dos novos meios de comunicação: “é indispensável estar presente, sempre com
estilo evangélico, naquilo que para tantos, especialmente jovens, se tornou
numa espécie de ambiente de vida, para despertar as perguntas irreprimíveis do
coração sobre o sentido da existência e indicando o caminho que leva àquele que
é a resposta… o Senhor Jesus”.
Para
tal, “não basta adquirir competências tecnológicas, por muito importantes que
sejam”. “Trata-se antes de mais de encontrar homens e mulheres reais, muitas
vezes feridos ou desorientados, para lhes oferecer autênticas razões de
esperança”.
Rádio
Vaticana
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