"Neste 4° Domingo do Advento, o Evangelho nos conta os
acontecimentos que precederam o nascimento de Jesus, e o evangelista Mateus
apresenta esses fatos do ponto de vista de São José, o noivo da Virgem
Maria", disse o Papa.
"José e Maria viviam em Nazaré; não moravam ainda juntos,
porque o matrimônio ainda não tinha sido realizado. Enquanto isso, Maria,
depois de acolher o anúncio do Anjo, ficou grávida por obra do Espírito Santo.
Quando José percebeu esse fato, ficou confuso."
O Papa sublinhou que "o Evangelho não explica quais foram
os seus pensamentos, mas nos diz o essencial: ele procura fazer a vontade de
Deus e está pronto para a renúncia mais radical. Em vez de se defender e fazer
valer os seus direitos, José escolhe uma solução que representa um enorme
sacrifício para ele: "Porque era homem justo e não queria denunciar Maria
publicamente, pensava em deixá-la, sem ninguém saber".
"Esta breve frase resume um verdadeiro drama interior, se
pensarmos no amor que José tinha por Maria! Mas, mesmo em tal circunstância,
José pretende fazer a vontade de Deus e decide, certamente, com grande dor,
deixar Maria em segredo. Devemos meditar sobre essas palavras, para entender
qual foi a provação que José teve de enfrentar nos dias que precederam o
nascimento de Jesus.
"Uma provação semelhante ao sacrifício de Abraão -prosseguiu
o Santo Padre- quando Deus lhe pediu seu filho Isaac: renunciar à coisa mais
preciosa, à pessoa mais amada. Mas, como no caso de Abraão, o Senhor interveio:
Ele encontrou a fé que procura e abriu um caminho diferente, um caminho de amor
e felicidade: José – Lhe disse – não tenha medo de receber Maria como esposa,
porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo", destacou.
Segundo a nota aparecida hoje no site News.va, o portal oficial
de notícias do Vaticano, Francisco frisou que "este Evangelho nos mostra a
grandeza de São José. Ele estava seguindo um bom projeto de vida, mas Deus
reservou para ele outro projeto, uma missão maior".
"José era um homem que escutava a voz de Deus,
profundamente sensível à sua vontade secreta, um homem atento às mensagens que
vinham do profundo do coração e do alto. Não se recusou a seguir o seu projeto
de vida, não permitiu que o ressentimento o envenenasse, mas estava pronto para
se colocar à disposição da novidade que, de maneira desconcertante, lhe foi
apresentada. Assim, ele se tornou ainda mais livre e grande", sublinhou.
"Aceitando-se segundo o desígnio do Senhor, José se
encontra totalmente, além de si. Esta liberdade de renunciar ao que é seu, ao
possesso sobre a própria existência, e esta sua plena disponibilidade interior
à vontade de Deus, nos interpelam e nos mostram o caminho", disse ainda o
Santo Padre.
O Papa convidou os fiéis a celebrarem o Natal contemplando Maria
e José. "Maria, mulher cheia de graça que teve a coragem de confiar-se
totalmente à Palavra de Deus. José, homem fiel e justo que preferiu acreditar
no Senhor, em vez de ouvir as vozes da dúvida e do orgulho humano. Com eles,
caminhamos juntos rumo a Belém", concluiu Francisco
Após o Angelus o Papa fez uma pequena reflexão sobre a pobreza do
presépio e a pobreza no mundo de hoje.
“Os pobres não podem esperar”, disse o Papa Francisco, “e isso
me faz pensar que Jesus nasceu em um estábulo, não nasceu em uma casa. E depois
ter que fugir para ir ao Egito para salvar sua vida. Eventualmente, ele voltou
para sua casa em Nazaré. (...) É muito difícil continuar sem uma família que
vive em uma casa. Nestes dias de Natal, eu convido a todos - indivíduos,
entidades sociais, autoridades - para fazer todo o possível para assegurar que
cada família possa ter uma casa”.
“Desejo a todos um bom domingo e um Natal de esperança, justiça
e de fraternidade. Bom almoço e até breve!”, finalizou o Papa.
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