O texto é assinado pelo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro da Silva, que mensalmente tem se comunicado com as lideranças.
O
bispo recordou que este é o momento de parabenizar os jovens pelos trabalhos
que estão desempenhando na missão da Igreja. “Neste processo, os jovens não são
considerados somente destinatários de nossa missão, mas sujeitos capazes de
entenderem e contribuírem com a própria formação”.
Confira
a íntegra do texto:
Caros párocos e
demais responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil
“O
menino foi crescendo, ficando forte e cheio de sabedoria.
E
a graça de Deus estava com ele” (Lc 2, 40)
Uma
juventude bem motivada, não para! Nessas férias muitas expressões juvenis
reservaram um pouco de seu tempo para retiros, encontros, evangelização nas
praias, experiências missionárias, formação; as Pastorais da Juventude
realizaram seus Congressos, Assembleia, Ampliada.

Como
já foi mencionado na Carta anterior, o Encontro de Revitalização da Pastoral
Juvenil no Brasil, acontecido em dezembro, retomou as 8 Linhas de Ação do
Documento 85. A partir delas, foram destacadas, então, aquelas principais
Pistas de Ação que necessitam ser potencializadas pelas expressões juvenis
(Congregações Religiosas, Novas Comunidades, Movimentos, Pastorais da
Juventude) e pelas instâncias eclesiais (comunidades, paróquias, dioceses,
regionais).
Seis
expressões juvenis e Regionais da CNBB presentes no Encontro assumiram a 1ª.
Linha de Ação, que aborda a questão da FORMAÇÃO INTEGRAL, como uma de suas duas
prioridades para os próximos anos. As duas PISTAS DE AÇÃO referentes a esta
Linha, ficaram assim redigidas:
1º.
INVESTIR na Formação Integral permanente, articulando a Rede de Institutos de
Juventude e demais experiências.
2º.
Aproximar e ligar a Pastoral Juvenil à CATEQUESE, em vista da Formação
Integral.
Em
síntese, esses dois pontos nos convocam ao “investimento” na proposta
pedagógica de uma formação que seja integral e à atenção para que ela esteja
presente na “Catequese” oferecida aos nossos adolescentes e jovens. Eles têm
direito de receber de nossos ambientes e projetos, elementos que os ajudem em
sua vida global e não somente em um dos aspectos dela.
Bem
nos recordou o Documento 85, n. 96 e 97: “O conceito de formação integral é
importante para considerar o jovem como um todo, evitando assim reducionismos
que distorcem a proposta de educação na fé, reduzindo-a a uma proposta
psicologizante, espiritualista ou politizante. [...] Quem trabalha na formação
de jovens necessita estar atento às cinco dimensões: psico-afetiva,
psicossocial, mística, sócio-político-ecológica e capacitação”.

1.
Conhecer (ler, estudar, debater) mais profundamente o que vem a ser a “Formação
Integral” com suas várias dimensões;
2.
Averiguar quais dimensões da “Formação Integral” estão menos contempladas nos
projetos e subsídios juvenis e ver como suprir esta carência;
3.
Conversar com os responsáveis pela Catequese e insistir na implantação do
Processo de Iniciação à Vida Cristã, cujo conteúdo programático e dinâmica
propõem falar de maneira mais clara e provocante à vida das novas gerações em
suas diversas relações: consigo, com o outro, com Deus, com a Igreja, com a
Sociedade, com o Mundo;
4.
Analisar se os temas “vocação” e “afetividade” vêm sendo realmente explorados
na sua beleza e profundidade junto aos adolescentes e jovens, principalmente na
catequese e nos grupos juvenis, e buscar formas atraentes de envolvê-los nestes
assuntos contribuindo, assim, com a maturidade das relações e das opções de
vida;
5.
Favorecer-lhes materiais, orientações e ocasiões que contribuam concretamente
para a elaboração do Projeto Pessoal de Vida, a partir das dimensões da
Formação Integral;

7.
Investir em Escolas Jovens e Cursos de Liderança que trabalhem as dimensões da
Formação Integral;
8.
Utilizar das redes sociais para iluminar, aprofundar e questionar os jovens que
vivem neste universo midiático auxiliando-os na compreensão, acolhida e
desenvolvimento das várias dimensões de sua vida;
9.
Favorecer reflexões bíblicas, principalmente passagens da vida de Jesus Cristo,
que possam iluminar os jovens na sua busca de felicidade, de prazer em viver, de
servir;
10.
Cuidar para que a Formação Integral seja regada tanto de aprofundamento teórico
quanto de experiência prática, que toquem à vida;
Em
síntese, a orientação sobre a “Formação Integral” diz respeito a todos os
ambientes e projetos eclesiais que se propõem à educação e à evangelização dos
adolescentes e jovens. No fundo, todos nós deveríamos nos comprometer em
avaliar nossas estruturas e propostas formativas, revitalizando-as para que
sejam capazes de acolher e responder a todas as dimensões da vida desta parcela
da sociedade que Deus nos confia para amar e servir, em vista de seu Reino.
Neste
processo, os jovens não são considerados somente destinatários de nossa missão,
mas sujeitos capazes de entenderem e contribuírem com a própria formação.
Jesus, que “crescia, ficando forte e cheio de sabedoria” nos pede que
oportunizemos condições de Formação Integral aos seus jovens discípulos
missionários que estão sob nossos cuidados.
Maria,
que contando com a graça divina acompanhou Jesus em todos os seus passos, nos
auxilie nesta missão de educadores e evangelizadores das novas gerações que
passeiam pelos nossos ambientes, olhos, mãos e corações.
Dom
Eduardo Pinheiro da Silva
Presidente
da Comissão Episcopal
Pastoral
para a Juventude da CNBB
Nenhum comentário:
Postar um comentário