quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O caminho da caridade

Intervenções do Cor Unum nas Filipinas, na Guatemala e no Haiti

A Guatemala e o Haiti são as próximas etapas do caminho da caridade do Papa Francisco rumo às populações atingidas por catástrofes naturais e desastres provocados pelo homem.

Na Guatemala serão inauguradas algumas habitações que foram construídas pelo Cor Unum para as populações atingidas pelas enchentes que devastaram o país no passado mês de Agosto.

Em Port-au-Prince o cardeal presidente Robert Sarah abençoará uma grande escola católica, reedificada graças à intervenção do dicastério depois de ter sido completamente destruída pelo terramoto que atingiu Haiti em 2010.

“Trata-se de testemunhos concretos” – afirma nesta entrevista concedida ao nosso jornal monsenhor Segundo Tejado Muñoz, subsecretário do Cor Unun – “que mostram como as nossas intervenções em prol das populações atingidas por calamidades inesperadas não se limitam ao momento da emergência, mas prolongam-se no tempo, quando a luz dos refletores mediáticos deixa de iluminar a desolação na qual as populações atingidas ainda continuam a viver.”

Quando começarão as missões na Guatemala e no Haiti?

Em Março. Na Guatemala o cardeal presidente entregará oficialmente dezanove habitações a famílias que ficaram sem casa depois das devastações provocadas pelas aluviões do passado mês de Agosto.

O que eu quero sublinhar é que as novas habitações foram realizadas não só para garantir um abrigo às famílias, mas também para dar uma justa orientação à vida da própria família.

Em que sentido?

Obviamente, a reconstrução é muito difícil e a situação da população exige intervenções imediatas. Todavia, estamos convictos de que a família deve ser sempre respeitada na sua complexidade, assim como deve ser respeitado o direito de todo o núcleo familiar de viver com dignidade. Por esta razão, recusámos a ideia de construções apressadas, ou seja, de casas compostas de um único quarto, onde viver em promiscuidade.

As habitações que entregámos são constituídas por apartamentos com quartos separados e acessórios montados também separadamente. Custam mais, mas garantem um nível de existência certamente mais adequado a uma família.

E no Haiti?

A Port-au-Prince iremos imediatamente depois. O cardeal abençoará uma grande escola realizada em colaboração com a nunciatura. A construção começou há um ano e foi realizada com material inteiramente anti-sísmico. É realmente uma obra bonita.

Mas sobretudo a sua conclusão é um sinal importante para fazer compreender às pessoas que não foram abandonadas depois das primeiras emoções que se seguiram ao desastre. A Igreja existia, existe e estará sempre ao seu lado.

Foi pelo mesmo motivo que visitastes recentemente as Filipinas?

Naquelas terras as feridas são muito mais recentes e podemos afirmar que a emergência de facto não acabou. O furacão Haiyan não só ceifou mais de cinco mil vidas com a violência desencadeada a 8 de Novembro do ano passado, mas continua a causar vítimas entre quantos ficaram feridos e não foi possível assistir de forma adequada.

Milhares de pessoas ainda vivem na precariedade, sem alimento, sem água, sem abrigo, sem medicamentos. A reconstrução ainda está em nível de projeto e, apesar de pequenas exceções, ainda há tudo para fazer. Deparamo-nos com uma situação difícil.

Fonte: L'Osservatore Romano

Nenhum comentário:

Postar um comentário