Como de costume aos domingos, às 12,00
horas pontuais (hora de Roma), o Papa Francisco apresentou-se na Janela do
Palácio Pontifício, na Praça de S. Pedro repleta de fiéis e peregrinos vindos
de todas as partes do mundo para assistir a habitual cerimônia do Ângelus.
A mensagem do Ângelus é centrada sobre
o significado da vida para além da morte, da ressurreição dos mortos. Neste
sentido o Papa Francisco começou por recordar que o Evangelho deste domingo
apresenta-nos Jesus em discussão com os saduceus que negavam a ressurreição.
E é precisamente sobre este argumento
que eles dirigem uma pergunta a Jesus com a mera intenção de ridicularizar a fé
na ressurreição dos mortos. E partem precisamente do caso imaginário relativo
ao tema do levirato: da mulher que teve sete maridos, todos eles mortos um
atrás do outro e perguntam a Jesus a quem pertencerá esta mulher após a sua
morte.
Mas logo após ter dado esta resposta,
observa o Papa Francisco, Jesus, servindo-se das Sagradas Escrituras passa ao
contrataque com simplicidade e com uma originalidade que nos deixam cheios de
admiração para com o nosso Mestre, o único Mestre. A prova da ressurreição Ele
o encontra no episódio da sarça ardente na qual Deus se revela como Deus de Abraão,
de Isaac e de Jacó.
O Nome de Deus está ligado aos nomes
dos homens e das mulheres com os quais Ele se relaciona e esta relação é muito
mais forte do que a morte. Eis a razão porque Jesus afirma que Deus não é um
Deus dos mortos, mas dos vivos porque todos vivem para Ele.
Portanto na vida além da morte,
acontecerá tudo o contrário daquilo que imaginavam os saduceus: não é esta
nossa vida que servirá de referência à eternidade, mas pelo contrário, é a
eternidade a iluminar e dar esperança a vida terrena de cada um de nós.
Contemplada unicamente com os olhos humanos somos levados a considerar que a
nossa vida, a vida humana caminha rumo à morte.
Jesus, porém, recorda o Papa,
transforma pelo contrário essa visão pessimista da vida e afirma que a nossa
peregrinação vital vai da morte à vida. Por conseguinte, “nós, diz o Papa,
caminhamos rumo á plenitude da vida e é precisamente essa plenitude da vida que
nos ilumina diariamente na nossa vida . Daí a importância de acreditar na
esperança da ressurreição que nos é dada graças à fidelidade de Deus: a
“fidelidade de Deus é eterna, disse o Papa Francisco.
Após a recitação do Ângelus, o Papa
Francisco anunciou que hoje, em Paderborn, na Alemanha, será proclamada Beata,
Maria Teresa Bonzel, fundadora da Congregação das Pobres Irmãs Franciscanas da
Adoração Perpétua, que viveu no século XIX . A Eucaristia constituía a fonte da
qual tirava energia espiritual para se dedicar mediante uma caridade incansável
ao serviço dos mais necessitados.
Finalmente com o mesmo pesar o Papa
Francisco recordou a o sexagésimo aniversário da chamada “Noite dos cristais”
relativa às violências que ocorreram na noite entre 9 – 10 de novembro de 1938
contra os Hebreus e que abriu o caminho ao triste fenómeno histórico da Shoa.
Neste sentido, disse o Papa Francisco, renovamos a nossa aproximação e
solidariedade ao povo hebraico e rezemos a Deus para que a memória do passado
nos ajude a ser cada vez mais vigilantes contra todo o tipo de ódio e de
intolerância.
Fonte: Rádio Vaticano
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