“Penso que o Papa fará
algo importante com este material, uma mudança radical”, afirmou o chanceler
das Academias Pontifícias das Ciências e das Ciências Sociais, Dom Marcelo
Sánchez Sorondo.
O chanceler declarou
que os trabalhos deixaram muitas propostas para enfrentar uma "situação
dramática", em particular no que diz respeito à prostituição. "Alguns
observadores acreditam que o tráfico humano irá ultrapassar o tráfico de drogas
e armas em dez anos, tornando-se a atividade criminosa mais lucrativa no
mundo", indicou.
A Organização
Internacional do Trabalho estima que existem mais de 20 milhões de pessoas
sujeitas a trabalho forçado e cerca de dois milhões são forçadas a
prostituição. Outra preocupação apresentada pelo Vaticano foi o tráfico de
órgãos, que envolve cerca de 20 mil pessoas anualmente.
O presidente da
Federação Mundial das Associações de Médicos Católicos, José Maria Simon
Castelvì, declarou ser necessário uma “mudança de época” em relação à
prostituição. "Há séculos que se tolera, mas a prostituição deve
desaparecer”, acrescentou.
O presidente da
Pontifícia Academia das Ciências, professor Werner Arber, afirmou que as várias
formas de “manipular os seres humanos por interesse econômico são consideradas
formas modernas de escravidão”. E o desejo do Papa é unir esforços para
combater todas essas formas de escravidão.
Em maio deste ano,
durante audiência aos responsáveis do Pontifício Conselho para a Pastoral dos
Migrantes e Itinerantes, o Papa condenou o tráfico de seres humanos, afirmando
ser para a sociedade uma “vergonha”.
“O tráfico de pessoas é
uma atividade ignóbil, uma vergonha para as nossas sociedades que se dizem
civilizadas: exploradores e clientes, a todos os níveis, deveriam fazer um
sério exame de consciência diante de si e diante de Deus”, declarou o Papa.
De acordo com os
responsáveis da Academia Pontifícia das Ciências, as questões do trabalho
forçado, prostituição, tráfico de órgãos e outros tráficos criminosos serão
debatidos em uma conferência global, em 2015.
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