“Uma
pessoa que não está convicta, não é entusiasta, segura, apaixonada, não consegue
convencer ninguém. Para evangelizar, o Papa aposta antes de tudo na alegria
contagiosa”: comentando a Evangelii gaudium no La Croix, Sébastien Maillard evidenciou
o convite à alegria. “No centro da sua exortação apostólica, apresentada no dia
26 de Novembro em Roma, resume o que procura obter”.
Em
sintonia o editorial de Dominique Greiner, Une
Église hors-les-murs, publicado no mesmo jornal: “Quando denuncia com vigor
os defeitos do mundo atual, como por exemplo a economia que “mata”, produzindo
exclusão e desigualdades sociais, fá-lo com a convicção de que a Igreja tem uma
responsabilidade de primeiro plano a assumir a fim de indicar um caminho
para uma felicidade e alegria autênticas às quais muitos aspiram sem as
encontrar. A ela cabe sair dos muros para escutar esta exigência e propor
a sua mensagem”.
Seriam
suficientes “as primeiras, vertiginosas páginas”, comenta Gian Guido
Vecchi no Corriere della Sera, no
artigo L'enciclica da conversione del papato. “Francisco – escreveu Luigi Accattoli
no mesmo jornal – lança a Igreja de Roma na aventura: tínhamo-lo
compreendido pelo nome que escolheu, mas agora há a proclamação no
documento”.
A
Evangelii gaudium é como um I have a dream de Francisco,
escreveu John L. Allen Jr. no site National
Catholic Report. Inicia com um sonho, “como primeira impressão parece ser
algo excepcional. O texto chega a nós com as já familiares e coloridas
expressões de linguagem ‘caseira’ de Francisco. Noutro ponto, ele insiste sobre
o fato de que “a Igreja não é uma alfândega”.
Embora
não exponha um projeto completo de reforma, vai além de meras sugestões, dando
indicações claras de direção. A alternativa, adverte Francisco, não é
agradável. “Não se vive melhor fugindo dos outros, escondendo-se, negando-se à
partilha, se se resiste a dar, se nos fechamos na comodidade”, escreve. “Isto é
só um suicídio lento”.
Liam
Moloney, no Wall Street Journal, no
artigo Pope Francis Criticizes Economic Inequality in Mission Manifesto, frisou
a crítica da “confiança rude e ingênua” no mercado livre deixado aos seus
mecanismos, que com demasiada frequência favorece uma “cultura do descartável”,
que considera certas categorias de pessoas como objetos à disposição, criando “uma
nova tirania invisível, às vezes virtual”.
Também
Zachary A. Goldfarb e Michelle Boorstein no Washington
Post comentam a denúncia de idolatria do dinheiro e Cindy Wooden (Catholic News Service) ressalta os
trechos nos quais se fala da valorização da mulher no âmbito da Igreja.
O
jornal espanhol La Razón sintetiza a road
map do Papa Bergoglio em dez pontos – Los 10 mandamientos de la
Revolución Francisco, de Darío Menor – e o mesmo fazem os mais difundidos
meios de comunicação polacos, entre outros o diário Nasz Dziennik e a agência Kai,
evidenciando a originalidade, o estilo e o carácter programático do
documento.
No
Twitter o cineasta americano Michael Moore termina a mensagem na
qual comenta as palavras do Papa Francisco com um hashtag, #yikes, que indica
uma expressão de surpresa favorável. (silvia guidi)
Fonte:
Observatório Romano
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