Aos
participantes, o Papa afirmou que a radicalidade é pedida a todos os
cristãos, mas os religiosos são chamados a seguir o Senhor de uma forma
especial. “Eles são homens e mulheres que podem acordar o mundo. A vida
consagrada é uma profecia”.
O
encontro ocorreu nesta manhã, na Sala Sínodo, no Vaticano. Em três horas de
reunião, o Pontífice respondeu às perguntas dos superiores gerais e tratou de
temas referentes a Nova Evangelização.
Interrogado
sobre a situação das vocações, o Papa afirmou existir Igrejas jovens que estão
dando muitos frutos, e isso deve levar a repensar a inculturação do carisma. “A
Igreja deve perdir perdão e olhar com muita vergonha os insucessos apostólicos
por causa dos mal-entendidos neste campo, como no caso de Matteo Ricci”.
O diálogo
intercultural, segundo Francisco, deve introduzir no governo de institutos
religiosos pessoas de várias culturas que expressam diferentes formas de viver
o carisma.
Durante o
diálogo, Francisco insistiu sobre a formação, que em sua opinião, deve ser
baseada em quatro pilares: espiritual, intelectual, comunitária e apostólica.
“É essencial evitar todas as formas de hipocrisia e clericalismo através de um
diálogo franco e aberto sobre todos os aspectos da vida.”
Francisco
destacou também que a formação é uma obra artesanal e não um trabalho de policiamento.
“O objetivo é formar religiosos que tenham um coração terno e não ácido como
vinagre”, alertou.
Sobre a
relação das Igrejas particulares com os religiosos, o Papa disse conhecer bem
os problemas e conflitos. “Nós bispos, precisamos entender que as pessoas
consagradas não são um material de ajuda, mas são carismas que enriquecem as
dioceses”.
Ao falar
sobre os desafios da missão dos consagrados, o Pontífice destacou que as
prioridades permanecem as realidades de exclusão, a preferência pelos mais
pobres. Destacou também a importância da evangelização no âmbito da
educação, como nas escolas e universidades.
“Transmitir
conhecimento, transmitir formas de fazer e transmitir valores. Através destes
pilares se transmite a fé. O educador deve estar à altura das pessoas que
educa, e interrogar-se sobre como anunciar Jesus Cristo à uma geração que está
mudando”.
No final
do encontro, Francisco agradeceu aos superiores gerais pelo “espírito de fé e
serviço” à Igreja. “Obrigado pelo testemunho e também pelas humilhações pelas
quais vocês passam”, concluiu o Papa.
Fonte:
Canção Nova
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