Zenit.org - Enquanto
o episcopado, o clero, as pessoas consagradas e os fieis leigos esperavam o
documento conclusivo da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos,
celebrado do 7 ao 28 de outubro de 2012, sobre o tema “A nova evangelização
para a transmissão da fé cristã”, o Papa Francisco mais uma vez nos surpreendeu
e, de forma totalmente inesperada, embora bem pensada e refletida, publicou uma
Exortação Apostólica com caráter programático para toda a Igreja, a exortação
apostólica Evangelii Gaudium, sobre o anúncio do evangelho no mundo atual.
Como o mesmo pontífice escreve “Aqui escolhi propor algumas directrizes que
possam encorajar e orientar, em toda a Igreja, uma nova etapa evangelizadora,
cheia de ardor e dinamismo”. Sendo assim o Papa decidiu deter-se, entre outros
temas, nas seguintes questões:
a) A reforma da Igreja em saída missionária.
b)
As tentações dos agentes pastorais.
c) A Igreja vista como a totalidade do povo
de Deus que evangeliza.
d) A homilia e a sua preparação.
e) A inclusão social
dos pobres.
f) A paz e o diálogo social.
g) As motivações espirituais para o
compromisso missionário.
Se
a Igreja conseguir ser melhor, sem dúvida o mundo também o será. O importante,
escreve o Papa, é que “Jesus Cristo pode romper também os esquemas enfadonhos
em que pretendemos aprisioná-Lo, e surpreende-nos com a sua constante
criatividade divina.” Em “toda a vida da Igreja deve manifestar-se sempre que a
iniciativa é de Deus” e não nossa” e é por isso que “A Igreja não cresce por
proselitismo, mas por atração”.
A
primeira exortação apostólica do Papa Francisco está composta por cinco
capítulos revolucionários que caem como uma bomba atômica nos diversos setores
da Igreja, com “consequências importantes”, reconhece o Papa.
“Não
ignoro que hoje os documentos não suscitam o mesmo interesse que noutras
épocas, acabando rapidamente esquecidos. Apesar disso sublinho que, aquilo que
pretendo deixar expresso aqui, possui um significado programático e tem
consequências importantes”, escreve o Papa.
Contudo,
não é uma exortação que pretenda dar uma palavra conclusiva a todos os
problemas existentes, porque, como o mesmo pontífice recorda, “acho que não se
deva esperar do magistério papal uma palavra definitiva ou completa sobre todas
as questões que afetam a Igreja e o mundo. Não é conveniente que o Papa
substitua os episcopados locais no discernimento de todas as problemáticas que
surgem nos seus territórios. Neste sentido, percebo a necessidade de avançar em
uma saudável “descentralização”.
Com
esta exortação, de leitura e reflexão obrigatória, tanto a nível pessoal quanto
comunitário, Francisco - assim como o poverello de Assis fez há séculos - não
somente quer exortar os demais a se converterem, dizendo para cada Igreja particular
entrar “em um processo decidido de discernimento, purificação e reforma”. Mas,
primeiramente olha para si, “dado que sou chamado a viver aquilo que peço aos
outros, devo pensar também numa conversão do papado”, afirma o pontífice,
porque “também o papado e as estruturas centrais da Igreja universal necessitam
escutar o chamado a uma conversão pastoral”.
Para
ler a Exortação Apostólica na íntegra, acesse: http://www.zenit.org/pt/articles/primeira-exortacao-apostolica-de-papa-francisco
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