VATICANO, 17 Out. 13 (ACI/EWTN Noticias)
.- Com motivo do Dia Mundial da Alimentação, que se celebra todos os anos no
dia 16 de outubro, data de fundação da Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e a Alimentação (FAO), e que este ano leva por tema: "Sistemas
alimentares sustentáveis para a segurança alimentar e a nutrição", o Santo
Padre escreveu uma mensagem ao brasileiro que é diretor desse organismo José
Graziano da Silva.
O Santo Padre escreve que "em uma época na qual a
globalização permite conhecer as situações de necessidade no mundo e de
multiplicar as trocas e as relações humanas, parece crescer a tendência ao
individualismo e ao fechamento em si mesmo, que leva a uma certa atitude de
indiferença – em nível pessoal, de instituições e dos Estados – para com quem
morre de fome ou sofre pela desnutrição, quase como se fosse um fato
inevitável".
"Mas fome e desnutrição não podem nunca ser consideradas um
fato normal ao qual habituar-se, quase como se se tratasse de parte do sistema.
Algo deve mudar em nós mesmos, na nossa mentalidade, nas nossas
sociedades", ressalta.
Contra o individualismo e o atual sistema econômico
Para esta mudança, o Papa Francisco acrescentou que "um passo
importante seja quebrar com decisão as barreiras do individualismo, do
fechamento em si mesmo, da escravidão do lucro a todos os custos e isto não
somente nas dinâmicas das relações humanas, mas também nas dinâmicas
econômico-financeiras globais".
O Pontífice destacou que "é necessário, hoje mais do que
nunca, educar-nos à solidariedade, redescobrir o valor e o significado desta
palavra tão desconfortável e muitas vezes colocada de lado e fazer com que se
torne atitude básica nas escolhas em nível político, econômico e financeiro,
nas relações entre as pessoas, entre os povos e entre as nações".
"Ainda estamos longe de um mundo no qual todos possam viver
com dignidade -reiterou destacando que isto comporta "uma séria questão
sobre a necessidade de modificar concretamente os nossos estilos de vida,
incluindo aqueles alimentares que, em tantas partes do planeta, são marcados
pelo consumismo, resíduos e desperdício de alimentos".
O Papa destaca logo que bastaria eliminar tais perdas e
desperdícios "para reduzir drasticamente o número de pessoas que passam
fome".
Superar a cultura do descartável
Francisco introduziu um terceiro elemento de reflexão: "a
educação à solidariedade e a um estilo de vida que supere a ‘cultura do
descartável’ e coloque realmente no centro cada pessoa e a sua dignidade, como
é característico da família".
Deste modo destacou e para finalizar que "a Igreja católica
percorre convosco estes caminhos, consciente de que a caridade, o amor é a alma
da sua missão".
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