Cenário Nacional - Uma queda de 77% na taxa de mortalidade de
crianças menores de 5 anos do Brasil em apenas duas décadas foi um dos
destaques do relatório da Unicef, divulgado em setembro deste ano. A
taxa brasileira caiu de 62 para 14 por mil nascidos vivos entre 1990 e
2012.
O país apresenta uma das quedas mais
significativas entre 196 nações monitoradas, e ocupa a 7ª posição no ranking
mundial. O relatório ainda indica a redução da mortalidade em outras duas
faixas etárias: para crianças menores de 1 ano, a queda foi de 75% e para o
período neonatal, nos primeiros 28 dias de vida, o índice caiu 68%.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde apontam
que a região nordeste foi a que registrou maior queda na mortalidade de
crianças até 5 anos: 77,5%. Entre os estados que se destacam na redução estão
Alagoas, Ceará e Paraíba.
Contribuição da Pastoral da Criança
As ações preventivas de saúde e nutrição das
crianças pobres realizadas pelos voluntários da Pastoral da Criança estão entre
os principais programas e iniciativas que contribuíram para melhorar a saúde
infantil no Brasil, nas últimas três décadas. O reconhecimento é confirmado no
artigo “Saúde de mães e crianças no Brasil: progressos e desafios”, do
professor Cesar G. Victora, da Universidade Federal de Pelotas (RS) e outros
autores, que integra a série Saúde no Brasil, publicada online pela revista The
Lancet.
A saúde e a nutrição das crianças brasileiras
melhoraram rapidamente a partir dos anos 1980, avalia o estudo. Além do
crescimento econômico, urbanização e evolução para o sistema de saúde único,
contribuíram para elevar os indicadores nesta área os programas voltados para a
saúde materna e nutrição infantil. A primeira Meta do Milênio (redução pela
metade do número de crianças subnutridas entre 1990 e 2015) já foi alcançada.
A
Meta número quatro (redução de dois terços dos coeficientes de mortalidade de
crianças menores de 5 anos) provavelmente será alcançada dentro de dois anos,
de acordo com os autores.
Segundo o artigo, entre mais de 50 programas e
iniciativas para melhorar a saúde infantil, sua fonte de dados aponta que os
melhores efeitos foram atribuídos “a programas específicos (promoção de
imunização, amamentação e alojamento conjunto) e a melhorias no acesso aos
cuidados preventivos e curativos de saúde, incluindo o SUS, o Programa de
Agentes Comunitários de Saúde e a Pastoral da Criança.”
Para o gestor de relações institucionais da
Pastoral da Criança, Clóvis Boufler, este é mais um reconhecimento ao trabalho
realizado pelo organismo e seus voluntários. Em sua missão de promover o
desenvolvimento integral das crianças pobres, da concepção aos seis anos de
idade, a Pastoral da Criança vem alcançado resultados concretos. “A mortalidade
infantil, entre as crianças acompanhadas pela Pastoral da Criança, é de 9,5
óbitos no primeiro ano de vida para cada mil nascidos vivos, muito abaixo da
taxa nacional divulgada pelos órgãos oficiais”, observa Boufleur.
Fonte: Pastoral da Criança/CNBB
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